CID‑10 vs CID‑11: O que Muda nos Atestados Médicos?

08/08/2025
CID‑10 vs CID‑11: O que Muda nos Atestados Médicos?
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CID‑10 vs CID‑11: O que Muda nos Atestados Médicos?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou a CID‑11 em vigor global em janeiro de 2022. No Brasil, o Ministério da Saúde conduz um plano gradual para adoção entre 2025 e 2028, com fases piloto nos sistemas do SUS (e-SUS APS, SIH/SUS, SIA/SUS). Entenda o que muda para quem emite e analisa atestados. Leia também: CID no atestado e Conteúdo mínimo.

Linha do tempo da adoção no Brasil

  • 2019–2021: OMS publica versão final e materiais de treinamento da CID‑11.
  • 2022: Brasil participa do *Early Adopter Forum* da OMS e inicia tradução oficial.
  • 2023: Ministério da Saúde publica a *Estratégia Nacional de Implementação da CID‑11* (Nota Técnica SEIDIGI nº 5/2023) e estabelece grupos de trabalho com conselhos profissionais.
  • 2024: Projetos piloto em hospitais federais e no e-SUS APS para mapear tabelas e integrar o *Coding Tool*.
  • 2025–2026: Fase de convivência CID‑10/CID‑11 nos sistemas oficiais, com validação automática e relatório de inconsistências.
  • 2027–2028: Objetivo de migração plena para registros administrativos nacionais. Conselhos regionais e planos de saúde devem alinhar softwares e treinamentos.
  • Principais diferenças estruturais

    AspectoCID‑10CID‑11Relevância para atestados
    Formato dos códigosAlfanumérico até 4 caracteres (ex.: F32)Alfanumérico com 6 caracteres e combinação flexível (ex.: 6A70)Espaço para maior especificidade clínica
    OrganizaçãoLista hierárquica linearEstrutura ontológica com múltiplas herançasPermite codificar comorbidades e severidade
    Ferramentas digitaisCatálogo PDF e tabelas estáticasPlataforma *Coding Tool* com busca semânticaFacilita emissão em telemedicina e prontuários eletrônicos
    FlexibilidadeCategorias residuais "não especificadas" frequentesExtensões para tempo, severidade e causalidadeReduz ambiguidade em laudos e relatórios

    Mapeamentos de exemplo

    Condição clínicaCID‑10CID‑11Observação
    Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticosF32.26A71.1CID‑11 permite indicar curso e severidade com extensões
    Lombalgia crônicaM54.5ME84Código CID‑11 identifica dor crônica primária
    Diabetes mellitus tipo 2E115A11Extensões permitem registrar complicações e terapia

    > Prática: mantenha tabelas de equivalência (crosswalk) para evitar divergências entre prontuário e solicitações de órgãos que ainda trabalham com CID‑10.

    Impactos para médicos que emitem atestados

  • Treinamento e prontuário eletrônico: verifique se o software já integra o *Coding Tool* da OMS ou se possui módulo de pesquisa CID‑11.
  • Consentimento para CID: a inclusão continua opcional e condicionada a autorização do paciente, independentemente da versão utilizada.
  • Especificidade: a CID‑11 incentiva códigos mais descritivos; contudo, em atestados, o foco deve permanecer no afastamento/aptidão. Evite expor detalhes desnecessários.
  • Telemedicina: plataformas precisam atualizar dicionários para aceitar ambos os códigos durante o período de convivência.
  • Orientações para RH, seguradoras e escolas

  • Aceitação dual: até a migração total, aceite CID‑10 e CID‑11 equivalentes, evitando recusas automáticas.
  • Sistemas internos: atualize cadastros e relatórios para campos alfanuméricos maiores e extensões opcionais.
  • Auditoria: mantenha planilha de correspondência para comparar diagnósticos históricos e atuais em análises estatísticas.
  • Comunicação: avise empregados/estudantes de que a ausência do CID não invalida o documento; a mudança atinge apenas o código quando houver consentimento.
  • Perguntas frequentes (FAQ)

    O empregador pode exigir CID‑11 imediatamente?

    Não. O empregador não define a codificação. Cabe ao médico decidir, respeitando o cronograma nacional e o prontuário utilizado.

    Como converter CID‑10 para CID‑11?

    Use a tabela de mapeamento fornecida pela OMS (*ICD-11 Mapping Tables*) ou o *Mapping Tool* disponível no portal oficial. Atenção: nem sempre há correspondência 1:1.

    Sistemas que ainda não suportam CID‑11 devem recusar atestados?

    Não. Durante o período de convivência, documentos com qualquer uma das versões são válidos. Atualize o sistema e registre manualmente, se necessário.

    Laudos precisam migrar na mesma data?

    A recomendação é alinhar a migração de atestados, laudos e relatórios para evitar inconsistências. No entanto, laudos periciais podem seguir orientações específicas dos órgãos solicitantes.

    Referências

  • OMS – Portal da CID‑11
  • WHO ICD-11 Implementation or Transition Guide
  • Ministério da Saúde – Estratégia Nacional de Implementação da CID‑11 (SEIDIGI, 2023)
  • CFM – Pareceres sobre sigilo e CID em documentos médicos
  • Exemplo de atestado médico digital oficial válido em todo Brasil com assinatura e certificação

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